Não saiu em Diário da República, mas aqui em casa institucionalizou-se a lei que determina que ao jantar de domingo se pretende uma refeição ligeira. Ainda na ressaca de um almoço mais farto e demorado, a fazer lembrar os banquetes reais que vemos em filmes de época, embora sem faisão nem outros pratos de caça, a vontade de ir para a cozinha é praticamente nula. “Uma sopinha chega bem”, quantas vezes não ouvi já esta frase a ser profetizada.
A ideia da receita que vos trago surgiu num desses mesmos dias, enquanto preparava o creme de legumes e as cascas se amontoavam.


Já todos sabemos que a maior parte destas cascas são comestíveis. Até as menos óbvias como a da abóbora, depois de assadas no forno, são uma delícia. No entanto, acabamos sempre por ligar o piloto automático e, de descascador em punho, descartamos grande parte daquilo que poderia muito bem acabar na panela. Desta vez, decidi aproveitar para preparar este pão tão aromático. Diria que é o pão mais simples do mundo, já que não precisa de amassar nem de fermentar. Basta misturar todos os ingredientes e levar ao forno. Além disso, como o objetivo é aproveitar o que foi descartado, a receita pode ser alterada conforme os legumes que tiverem em casa ou as ervas aromáticas que mais gostarem. Está a meio caminho entre um pão e um bolo salgado, tem uma textura bastante leve e fica pronto em menos de uma hora, mesmo a tempo de servir o jantar. Já para não falar que, agora que os dias quentes começam a chegar, é também um ótimo complemento para levar na cesta do piquenique.
Afinal quem não gosta de refeições assim práticas? É como diz o ditado (que agora mesmo inventei): menos tempo a cozinhar, mais tempo a saborear.







