Pensar em laranjas e associá-las ao Algarve é uma imagem que nos surge com a maior naturalidade. Devido às características do solo, à quase ausência de geadas e à longa exposição solar, é fácil perceber porque é nas solarengas terras do Sul onde se concentra a maior parte da produção nacional deste citrino de casca fina, mas com um elevado teor de sumo.
Mas mais do que na paisagem algarvia, a verdade é que a laranja está fortemente enraizada na nossa história enquanto nação. Acredita-se que foram os portugueses que terão introduzido o fruto na Europa, muito provavelmente vindo da China, e que o espalharam um pouco pelo resto do mundo.
Uma vez que estamos em pleno Verão (um dos dois picos de produção, a par com Dezembro/Janeiro), lembrei-me que era uma boa altura para fazer uma compota de laranja. Até porque combater o desperdício também é isto: aproveitar quando há em excesso e guardar para os outros dias do ano.
A particularidade da receita que partilho convosco é que utiliza as laranjas inteiras de modo a tirar partido da pectina naturalmente presente nas cascas. Além ser muito rápida de fazer, utiliza apenas 4 ingredientes e o resultado é uma compota bastante intensa, com uma maravilhosa combinação entre doce e amargo que vai encher a vossa cozinha com um aroma viciante. A companhia perfeita para a fatia de pão dos vossos pequenos-almoços de verão.
E, para terminar, uma daquelas curiosidades que vos pode dar jeito num qualquer concurso televisivo: sabiam que laranja em romeno se diz “portocálâ”, em turco “portukal” e em grego “portukáli”?