Penso que o Instituto Nacional de Estatística nunca se debruçou sobre o assunto, mas diria que 95% das receitas começam com um “refogue a cebola e o alho”. De facto, se há alimentos omnipresentes na culinária, não só portuguesa como um pouco por todo o mundo, são esta dupla praticamente inseparável. E qual é o passo a seguir, mesmo que não venha escrito em lado nenhum? Atirar as cascas para o lixo. Gesto automático e nada surpreendente.


A verdade é que são muitas as utilizações que as cascas destes dois podem ter. O exemplo mais óbvio é o tradicional tingimento dos ovos da Páscoa com a casca de cebola que por estes dias, acredito, tem sido bastante usado. Também há quem procure um auxílio natural para dormir bebendo um chá feito com estas cascas antes de se deitar.
E se eu disser que podem usar as cascas do alho e da cebola para dar ainda mais sabor, assim como adicionar alguns nutrientes, ao vosso prato? Torceram o nariz, não foi?
Desta vez, vou ensinar uma dica que vos vai fazer pensar duas vezes sempre que cortarem uma cebola. Nada mais complexo do que desidratarem as peles e as transformarem num pó que vai fazer magia na vossa cozinha. A partir daí, podem adicioná-lo da mesma forma que fariam com alho e cebola em pó. Uma das opções é usarem este pó como tempero para carnes grelhadas ou para batatas no forno. E, se tiverem a rotina de fazer pão em casa, podem também aventurar-se a acrescentar na massa um pouco desta mistura (basta uma colher de café) para um toque extra de sabor e nutrientes.
Portanto, a minha sugestão é: da próxima vez que usarem cebolas e alho, guardem as cascas num saco zip. Assim que estiver cheio, é hora de pôr mãos à obra e fazer mais stock.



