O cenário acontece todos os anos. Chegam os meses quentes de verão e o excesso de tomates toma conta da minha cozinha. Desdobram-se e multiplicam-se as receitas onde reinvento o seu uso para dar vazão a tanta quantidade. Este ano, decidi pôr em marcha o reabastecimento massivo de tomate seco caseiro, pois é um ingrediente que não abro mão na minha despensa. É extremamente versátil e pode ser usado em diversas receitas, desde massas a saladas até aperitivos e molhos. Isso significa que facilmente se pode incorporar nas refeições do dia a dia, trazendo o calor e os sabores do Mediterrâneo. É aquele toque de Midas que transforma qualquer prato banal numa deliciosa iguaria.
A verdadeira origem do tomate seco continua a ser uma incógnita tal é a secularidade. Tudo leva a crer que se trata de uma técnica ancestral originária do sul de Itália, onde se aproveitava o clima quente e ensolarado para deixar os tomates por longos períodos de tempo sobre os telhados. Depois de secos, eram conservados em azeite para que pudessem ser aproveitados durante todo o ano. Neste processo de desidratação é retirada a humidade que é propícia ao crescimento de fungos e bactérias, servindo não só para prolongar significativamente a vida útil do fruto como para intensificar o seu sabor.
Como se pode constatar, o processo não envolve técnicas muito complicadas, apenas um pouco de paciência. Portanto, mesmo que não tenham telhados virado para sul, verão que secar tomates em casa é mais simples do que imaginam. Desta forma, é como se tivessem o verão guardado em pequenos frascos, pronto a ser saboreado em qualquer altura do ano. Trata-se de uma excelente forma de aproveitar os tomates que estejam maduros demais para o seu consumo ao natural, evitando que sejam descartados e contribuindo para um mundo mais consciente e ecologicamente responsável.
Agora já sabem o que fazer com aquela colheita abundante de tomates da horta no final do verão!