Hoje voltamos aos clássicos que resistem à passagem das décadas e que se vão mantendo no coração e no paladar de gerações. O bacalhau à brás é daquelas receitas que dispensa apresentações. Não acredito que haja um único português, por mais recôndita que seja a sua localização, que nunca tenha provado esta iguaria. Esta é, certamente, daquelas receitas que se encontram rabiscadas em todos os cadernos das mães e avós.




Como todos os clássicos, a sua origem é mais lendária do que comprovada. Muitos falam que a invenção deste prato se deve a um taberneiro do Bairro Alto, algures nos finais do século XIX, de seu nome “Braz”, que fez dele o verdadeiro emblema do bacalhau em Lisboa.
Mais ou menos envolta em miticismo, o certo é que a sua popularidade atravessou fronteiras. É possível encontrar por terras espanholas sob designações como “revuelto de bacalao a la portuguesa” ou “bacalao dorado”. Até nos podem ter ficado com Olivença, mas que nem se atrevam a ficar com o nosso bacalhau à brás!
A receita é bastante simples, sem exigir grandes dotes na cozinha. Se forem demasiado puritanos, obviamente que podem ser vocês próprios a fritar as batatas. No entanto, se não gostarem do cheiro a fritos espalhados pela casa, as batatas palha de pacote são uma óptima ajuda. Aquela batota consensual que permite despachar o jantar sem perder muito tempo entre tachos e panelas.





