Poucas sobremesas serão tão reconfortantes quanto um bom crumble de maçã. E agora que começa o outono, torna-se ainda mais perfeita!
O cheiro da fruta a assar com canela; a crosta dourada a sair do forno; o contraste entre o quente da sobremesa e o frio de uma bola de gelado para os mais gulosos… tudo isso faz do crumble uma escolha irresistível, seja para um jantar de família, um almoço de domingo ou simplesmente para aquele dia em que apetece um doce caseiro e rápido de preparar.


O que é um crumble?
O crumble como o conhecemos hoje é geralmente associado ao Reino Unido, onde ganhou popularidade durante a Segunda Guerra Mundial, quando havia racionamento de ingredientes. As tradicionais tartes exigiam mais ingredientes e era preciso improvisar sobremesas simples. Desde então, tornou-se popular em todo o mundo, justamente pela sua simplicidade e sabor.
Além de ser uma sobremesa fácil e rápida, o crumble é extremamente versátil, já que pode ser adaptada consoante o que se tenha em casa. Como é o caso do crumble de uvas e do crumble de marmelo que já por aqui partilhei. No fundo, é talvez das formas mais deliciosas de aproveitar fruta madura que já não está no ponto para ser comida ao natural.
Nesta versão, acrescentei dois ingredientes que não fazem parte do clássico crumble: os flocos de aveia e a amêndoa. Desculpem-me os puritanos, mas acho que neste caso os fins justificam os meios. Estes dois fazem com que o nível de crocância suba de patamar e, portanto, é tudo o que se quer. Já para não falar que se torna mais nutritivo. (Quando se fala em sobremesas, todas as desculpas são válidas para pesar menos na consciência, não é verdade?)



Que tipo de maçã usar para o crumble?
Nem todas as maçãs funcionam da mesma forma em sobremesas. A escolha da variedade influencia diretamente o sabor e a textura do crumble. Aqui ficam algumas opções:
- Granny Smith: são verdes, firmes e ligeiramente ácidas. Ideais para equilibrar a doçura da cobertura e manter uma boa textura no forno.
- Golden: doces e suaves, derretem-se mais rapidamente ao assar, criando um recheio macio.
- Royal Gala: naturalmente doces, mas menos firmes. Boas para quem prefere um crumble mais adocicado e com fruta bem macia.
- Fuji: muito doces e suculentas, mas podem soltar mais líquido durante o cozimento.
- Reineta: clássica nas sobremesas portuguesas. Tem sabor ácido e aroma intenso, perfeita para contrastar com o açúcar da cobertura.
No fundo, esta sobremesa resulta com qualquer tipo de maçã, mas a combinação entre variedades mais doces e outras mais ácidas poderá ser interessantes, garantindo um equilíbrio de sabores.



Dicas para um crumble perfeito
- Descasque as maçãs: A casca pode ser cerosa e amarga e, muitas vezes, fica enrugada e dura quando assada, o que estraga a textura que se quer macia e delicada.
- Em cubos ou fatias: Cortar as maçãs em pedaços mais grossos resulta numa textura mais firme, mas se quiser um recheio mais macio, corte-as em fatias finas. O importante é certificar-se de que estejam cortadas aproximadamente do mesmo tamanho para que cozinhem na mesma velocidade.
- Não exagere no açúcar: as maçãs já têm doçura natural, por isso ajuste de acordo com a variedade escolhida.
- Misture especiarias: canela é a mais clássica, mas também pode usar noz-moscada, gengibre ou até um toque de cravinho. Vai depender do seu gosto.
- Não trabalhe demasiado a cobertura: basta misturar os ingredientes com as pontas dos dedos durante alguns segundos. Não se preocupe se houver pequenos pedaços de manteiga na mistura. São eles que vão garantir o efeito estaladiço.
- Adicione raspas de frutas cítricas para um toque extra de sabor. Se é fã de frutas cítricas, pode adicionar raspas de limão ou laranja ao recheio. Estas realçam imediatamente os sabores quentes e terrosos da maçã.
- Sirva quente com contraste frio: se quiser satisfazer a gula e levar este crumble a um outro patamar, sirva acompanhado de gelado de baunilha, uma colher de iogurte grego ou natas batidas .
Um clássico intemporal que combina simplicidade, tradição e sabor. Está na altura de ligar o forno, não está?




